Observatório do Crack
O professor da PUC Minas Luiz Flávio Sapori defendeu ontem a criação de um observatório de estudos sobre o craek e outras drogas. Ele participou de audiência da Comissão Especial para o Enfrentamento do Crack, que discutiu a importância da educação no combate ao uso da droga e ao tráfico. 'Seria um observatório formado por várias universidades, que atuariam de forma articulada para gerar conhecimento sobre o assunto e estabelecer políticas públicas', afirmou o especialista. Ele acrescentou que se sabe pouco sobre o crack, droga que requer co-nhecimentos diferenciados em relação às demais.
A secretária adjunta de Educação de Minas, Maria Sueli Pires, confirmou que Minas não dispõe de diagnóstico sobre o crack, apenas de dados pontuais. 'Uma primeira iniciativa nesse sentido foi tomada por nossa secretaria, em parceria com a UFMG, para tentar pesquisar a questão nas comunidades escolares', informou.
O coordenador de Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, Ismayr Cláudio, disse que as drogas são uma preocupação no cotidiano das escolas. 'O problema não é tanto intramuros, mas do entorno onde as escolas estão', disse. Segundo ele, uma pesquisa da Universidade Estadual de São Paulo mostra a facilidade com que os jovens têm acesso às drogas. Por outro lado, revela que 80% dos estudantes confiam na escola como espaço para expor suas preocupações. 'Precisamos fortalecer esse vínculo', observou.
Conselheira estadual de Educação, Sueli Rodart, apontou a necessidade de atuar na prevenção também na educação infantil. 'Há crianças de três anos que já sofrem com pais usuários de crack', declarou.
O assessor do Programa Educacional de Resistências às Drogas da Polícia Militar, Hudson Ferraz, lembrou que, segundo a Organização Mundial de Saúde, estão relacionados ao consumo de drogas o fácil acesso às substâncias, a insatisfação com a qualidade de vida, a falta de informações sobre o assunto e as dificuldades de integração do indivíduo. A defensora pública Roberta Mesquita disse que é preciso tratar o pequeno e o grande traficante de maneira diferenciada.
Prevenção
A Comissão Especial para o Enfrentamento do Crack tem realizado uma série de debates sobre o assunto, na Capital e no interior. Autor do requerimento da audiência de ontem, o deputado Paulo Lamac (PT), presidente da comissão, disse que o debate sobre educação foi escolhido por estar diretamente relacionado à prevenção, um dos eixos temáticos das reuniões, juntamente com o tratamento, a repressão, o financiamento e a reinserção social.
Data: 20/01/2013
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