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Construir a velhice

Gostaria de fazer um convite a todos: pensar o ENVELHECIMENTO sob uma nova perspectiva.
Normalmente a VELHICE em nossa sociedade é vista e, muitas vezes vivida, como uma etapa de perdas físicas, mentais, psicológicas, sociais e financeiras.
Desde cedo nossas crianças e jovens são acostumados a vivenciar e a compartilhar dentro da família, principalmente, e na sociedade, de uma forma geral, crenças e experiências, infelizmente, não muito positivas sobre o envelhecer. Aprendem que a velhice traz doenças, limitações de toda ordem, isolamento e muitos outros aspectos negativos. O que nós não “contamos” para eles , porque a maioria de nós não se dá conta disso , é que tudo, ou quase tudo que colhemos na velhice foi o que plantamos durante a vida!
Se a nossa saúde não é boa, é porque não demos a ela a atenção necessária desde cedo. Se nossa emoções negativas nos dominam, é porque não aprendemos , desde cedo, a olhar para dentro de nós mesmos, e procurar entender o que nos aflige e a corrigir o rumo de nossas emoções, a cultivar o autoconhecimento e entender que somos responsáveis por nós mesmos.
Se olhamos ao nosso redor e nos vemos solitários, é porque não cuidamos dos nossos relacionamentos , negligenciamos nossos afetos e desafetos, nos julgamos autossuficientes em alguma etapa do caminho. Não aprendemos, tampouco, a gostar de nós mesmos, a cultivar o amor próprio. Porque estar sozinho, que também é um aprendizado que devemos fazer em nossas vidas, não implica, necessariamente, viver solitário.
Se nossa vida não faz sentido na velhice, se não mais temos projetos, não é porque esta mesma, a velhice, fez isso conosco. É simplesmente porque deixamos de sonhar, de acreditar em nós mesmos e na vida, de continuar pensando e planejando o futuro e de realizá-lo no presente.
Então, se pararmos para pensar assim, veremos que, de fato, não é a Velhice que leva os sonhos , o vigor, a saúde, as pessoas, os projetos, a alegria e a felicidade. Teremos a consciência, então, de que somos NÓS mesmos que deixamos tudo isso se perder no meio do caminho... Entenderemos, assim, que NÓS somos os PROTAGONISTAS desse envelhecer, que deve ser entendido como um processo ao longo do tempo e da vida, completamente integrado a ambos , e não como um capítulo a parte de nossa existência.
Então, dentro desta perspectiva, convido a todos vocês, a repensarem sobre a VELHICE e sobre o ENVELHECER. Convido a todos a ressignificarem esta etapa da vida e se apropriarem novamente dela. Entender este processo como uma forma de integrar o humano com o divino, o plano físico com o espiritual, as partes com o todo, o tempo e seus ciclos definidos com a eternidade. Convidamos a todos a viver essa fase como um momento de integração com sua própria história e consigo mesmo.
Assim, compreenderemos que nossas vidas fazem parte de um plano maior - terreno e espiritual - e que a Velhice só será: sadia, se entendermos que também somos matéria e que, como toda matéria, esta se transforma com o tempo e por isso deve ser cuidada, sempre; feliz, se buscarmos sempre formas de resgatar e renovar a alegria; ativa, se nos empenharmos em aprimorar sempre nossas capacidades físicas, mentais, emocionais, sociais e espirituais e aceitar possíveis limitações, adaptando-nos a elas, desenvolvendo novos interesses e diversificando-os ao longo do tempo; repleta de companhias, se soubermos cultivá-las e buscá-las ao longo da vida e se, paralelamente, aprendermos que, na falta eventual destas, podemos ser uma ótima companhia para nós mesmos; sábia, se aprendermos a nos adaptar e a superar, com resiliência , as situações desafiadoras que a vida nos coloca em todas as idades.
A VELHICE só será assim, se assim a fizermos: um momento, assim como todos os outros de nossa vida, de integrar nosso ser, nossa obra, de sintonizar com o eterno e com o divino, de fechar e iniciar um novo ciclo.
QUE TODOS TENHAM UM FELIZ ENVELHECER !!!

 
  Adriana Leão de Carvalho
Terapeuta Ocupacional - Pampulha Village

Artigo publicado em 06/11/2013


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