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Como criar um filho feliz. 13 dicas científicas


Se há uma preocupação comum a qualquer pai do mundo, em qualquer época, é “como criar meu filho feliz”, para isso procura-se apoio na pediatria, amigos, livros e tudo o mais. O instituto Happify, famoso por divulgar descobertas das ciências em relação à felicidade, acaba de divulgar uma compilação simplificada das últimas pesquisas científicas sobre o assunto e gerou um gráfico interessante e de fácil leitura. Em uma estatística internacional, as crianças brasileiras estão em 3º lugar entre 12 países pesquisados no que diz respeito a serem felizes, atrás apenas das mexicanas e espanholas. Também se chegou a um número fantástico: 90% das crianças entrevistadas se declaram felizes durante todo ou quase todo tempo (que maravilha)!

1. A Importância de receber carinho: crianças que recebem carinho materno têm cérebros maiores. Um estudo demonstrou que crianças em idade pré-escolar apresentam um hipocampo (parte do cérebro responsável pela memória e por lidar com o stress) 10% maior do que as que não, até o momento de entrarem na escola.

2. Amor pelo pai faz diferença: Um estudo descobriu que sentir amor do pai acabou se mostrando mais importante para o bem-estar, felicidade e satisfação com a vida de uma criança do que se sentir amado pela mãe. No que diz respeito à relação do pai com os filhos, os pais mais efetivos escutam seus filhos (dão atenção a eles), mantêm uma relação próxima com eles, demandam das crianças regras apropriadas e dão liberdade quando podem. Pelo viés contrário, crianças que se sentem rejeitadas ou não amadas pelos pais demonstram maior propensão a se tornarem hostis, agressivas e emocionalmente instáveis.

3. A felicidade dos pais importa: Crianças têm a percepção da felicidade (ou não) dos pais. Embora muitos pais aleguem a preocupação com a educação ou renda como justificativa para os esforços do dia a dia que acabam por minar-lhes as forças e a alegria, ter uma mãe satisfeita com a própria vida é mais importante que a qualidade da educação formal, a renda, se a mãe tem emprego e o tanto de tempo que a criança passa em uma creche. A pesquisa refere-se ao desenvolvimento emocional e cognitivo dos filhos. Portanto, preocupar-se com o próprio bem-estar, com ações como dedicar-se a um hobby, assistir bons filmes, cultivar boas amizades, manter a relação afetiva com o cônjuge saudável é uma forma direta de desenvolver bem os filhos.

4. Os benefícios do pensamento positivo (otimismo): crianças que aprendem a ser otimistas (e o aprendizado se dá pelo exemplo, espelhamento) diminuem em 50% as chances de manifestar depressão durante a puberdade. Outro estudo aponta que até crianças de 5 anos entendem os benefícios do pensamento positivo para ajudá-las a se sentirem melhores. Eles adquirem essa percepção, esse recurso maravilhoso, prestando atenção em como os pais reagem diante de problemas. Assim, a forma como você lida com as próprias insatisfações é observada atentamente pelos filhos, que aprendem a ferramenta da positividade bem cedo, caso tenham contato com ela.

5. Cuidado com o elogio: parece absurdo questionar um elogio, mas centrar os reforços positivos sobre as competências das crianças pode trazer algumas dificuldades imprevistas. Crianças elogiadas por suas habilidades ou inteligência, ao invés de seus esforços, têm mais dificuldade em lidar com o fracasso. O mais eficaz é valorizar a insistência, persistência, esforço das crianças em realizar tarefas, desenhos, “obras de arte”, lição de casa, qualquer coisa. Ao invés de dizer “como você é esperto”, ou “como você desenha bem”, substitua por “incrível como você vai até o fim, não desiste”, “como você é esforçado, insistente”. Inversamente, crianças motivadas a se esforçarem são mais propensas a gostar de desafios e costumam demonstrar mais disciplina e automotivação. A autodisciplina é um indicador muito mais eficaz de sucesso estudantil que o QI.

6. Evite o tratamento por igual entre os filhos (eles são diferentes): quando o estilo de relacionamento e educação dos pais não altera conforme a personalidade da criança, dobra a chance dela se tornar ansiosa ou depressiva. A antiga norma de tratar os filhos por igual (uma grande falácia), agora está morta e enterrada. Sabemos já que cada criança tem um jeito de ser, algumas naturalmente são mais seguras de si, outras mais sensíveis, portanto, não há sentido em lidar com as duas da mesma forma. A indicação vai no seguinte sentido: a criança que demonstra capacidade de lidar com as próprias emoções e ações precisa de mais autonomia e menos controle, regulação; por outro lado, um filho com mais dificuldade em regular suas emoções e ações precisa de mais estrutura educacional, direcionamento e menos autonomia dos pais. Não permita que a argumentação das crianças o convença, nem que discursos alheios interfiram na percepção que só os pais têm. Cada filho tem uma demanda. Algumas crianças precisam de mais “Nãos” do que outras.

7. Crianças são mais resilientes do que pensamos: esta é fantástica, diz respeito diretamente ao mimo, à mania de protegermos os pequenos dos sofrimentos da vida, achando que não dão conta de lidar com eles. Contra todos os preconceitos, estudos apontam que 80% das crianças que vivenciaram a separação ou o divórcio dos pais não desenvolvem nenhum problema psicológico. Muitas crianças cujos pais mantêm uma relação de respeito mútuo e cooperação, no que diz respeito à sua educação, ao crescerem conquistam seus objetivos acadêmicos e de carreira, mantêm laços familiares sólidos e desfrutam de relacionamentos saudáveis. Vejam o artigo desta revista: Aproveite as chances de ensinar seu filho a perder.

8. Evite brigas na frente das crianças: importa muito como se discute. Uma pesquisa que comparou crianças que vivem expostos a brigas, a um relacionamento conflituoso, com outras que não presenciam essas discussões concluiu que os pequenos que assistem a brigas constantes vão pior na escola, são mais propensos ao uso abusivo de drogas e alcoolismo quando crescerem, e têm um pior equilíbrio emocional.

9. Crianças também precisam de um sentido na vida: até as crianças de 8 anos de idade são mais felizes quando percebem que suas vidas têm sentido. Para que essa necessidade seja suprida, algumas ações podem contribuir, como colocá-lo para praticar esporte que envolva competição, time, cooperação, estimular ações de voluntariado, planejar com eles um evento como o aniversário do pai ou da mãe, estimulá-los a ter ações gentis e cooperativas. Essa competência é fundamental ao longo do desenvolvimento da criança à juventude.

10. Encoraje a generosidade e a solidariedade: em qualquer idade a generosidade causa prazer, quem explica melhor esse fenômeno é o Dr. Love (leia matéria em O amor é químico e está a venda na farmácia). Encorajar atitudes gentis e generosas nos filhos os tornará pré-adolescentes mais felizes e mais queridos na escola. Um estudo apontou que as crianças demonstram maior nível de felicidade ao dar guloseimas que receber, e que a satisfação é maior quando a guloseimas que eles dão lhes pertenciam. Ou seja, ocitocina inunda a corrente sanguínea dos pequenos que vão aprendendo a gostar de serem gentis. Alguns atos simples de gentileza, como mandar uma mensagem para um amigo triste, compartilhar com os irmãos algo que ganhou, elogiar uma criança que não se conhece, despender algum tempo e dedicação a parentes mais velhos, são ações que podem trabalhar esse senso nos pequenos.

11. Crianças precisam brincar: estudos apontam que as crianças de hoje têm 8 horas a menos de tempo disponível para brincar livremente que há 20 anos. Brincar à vontade, sem necessariamente uma coordenação pedagógica, é uma atividade fundamental para o desenvolvimento da criatividade, habilidades motoras, força emocional, cognição (raciocínio) e competências sociais (capacidade de se relacionar com os outros). Os tempos são de potencializar habilidades o mais cedo possível, colocando na jornada das crianças mais horas de estudo, um idioma, jogos educativos, atividades que trazem outros resultados que os proporcionados pela brincadeira espontânea. É preciso recuperar a brincadeira livre.

12. Incentive seu filho a praticar esporte: competitivamente ou apenas por lazer, a prática de esporte desde cedo proporciona mais satisfação às crianças, além de torná-las mais bem comportadas. No que diz respeito à dedicação a um esporte, é fundamental que a criança se sinta competente, não nos resultados práticos, mas na estima. Um estudo mostrou que adolescentes que acham que são bons em um esporte demonstram mais bem-estar e autoconfiança que muitos outros adolescentes que realmente são bons no mesmo esporte. Do lado oposto, assistir TV está relacionado à infelicidade. Um estudo de 7 anos com 4 mil adolescentes permitiu o estabelecimento de uma relação entre horas assistidas de TV com propensão ao desenvolvimento de comportamento depressivo, numa escala de 8% de chances a mais a cada uma hora a mais de TV assistida, em média.

13. O que faz as crianças felizes: a partir de uma série de questões relativas à bem-estar, satisfação, segurança e sensação de felicidade, chegou-se à ordem de quais os fatores que mais proporcionam felicidade às crianças. Em primeiro lugar, a família, em segundo, os amigos, em terceiro, brincar, em quarto lugar, praticar esportes e, em quinto, brinquedos, o que comprova que a felicidade dos filhos tem pouca relação com o quanto se gasta de dinheiro com eles.

Adriano Dias
um dos idealizadores do projeto SEMEMA, articulista e mergulhador no "mar de signos" em busca de formas curiosas e relevantes de cultura. Também leciona literatura, gramática e técnicas de redação como profissão.

 

 
  Adriano Dias
Adriano Dias é um dos idealizadores do projeto SEMEMA, articulista e mergulhador no "mar de signos" em busca de formas curiosas e relevantes de cultura. Também leciona literatura, gramática e técnicas de redação como profissão.

Artigo publicado em 20/03/2015


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